quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Crianças consumistas: um perigo crescente e um desafio para os pais



Hoje quero levar você a refletir sobre um assunto importante e pouco tratado: o consumo infantil. E não escrevo motivado apenas por teoria. Sou pai de um garoto de quase 4 anos, e experimento e me preocupo com este assunto.

Você sabia que esses pequenos, adoráveis, bagunceiros e inteligentes seres são responsáveis por movimentar um mercado de (pasmem) mais de 50 bilhões de reais, somente em nosso país? E veja que esses dados do IBGE já estão desatualizados…

Com o fim do ano se aproximando, as expectativas das crianças em relação aos presentes aumentam. De igual forma, as campanhas publicitárias e as estratégias de marketing voltadas para esse público.

Então é pertinente tratarmos alguns pontos sobre essa questão, que servirão inclusive para qualquer momento da vida.
Crianças e a compulsão por compras

A compulsão por compras não é algo exclusivo dos adultos. Infelizmente ela atinge as crianças também, e depende em grande parte de sua exposição ao assunto (TV em especial, internet e outras mídias), aos hábitos familiares, e às características sociais do grupo que participam.

As crianças aprendem muito rápido, mas de forma diferente dos adultos. Devido à sua visão “mágica” ou lúdica, elas não diferenciam a imaginação da realidade.

Quando a propaganda da margarina mostra aquela família (e o cachorro) todos lindos, sorridentes e transbordando alegria, as crianças interpretam isso como uma verdade absoluta. Se todos passarem aquilo no pão, ficarão assim!

Aquele cereal, que segundo a propaganda, ser for comido por elas, vai dar a elas a mesma força de um leão, fará com que elas realmente pensem que isso irá acontecer!

Agora imagine: se elas já ficam agitadas ao ver esses produtos simples nas prateleiras dos supermercados, pense como se sentem em relação aos brinquedos e similares, que tem uma ação muito mais direta na experiência e imaginário delas.

Agora pense também na “guerra” de todos os fabricantes, com seus diversos produtos, na tentativa de imprimir na mente infantil o desejo delas possuírem tudo aquilo.

Pronto! Mente ávida por conhecimento, desejos sem controle, falta de compreensão sobre o valor do dinheiro. Resultado: presa fácil.
Contribuindo com o problema

Como se não bastasse o bombardeio publicitário na mente infantil, muitas vezes o problema é ampliado dentro da própria casa, pelos pais ou responsáveis.

Por um lado, eles próprios podem já serem “escravos do consumo” e serão naturalmente um exemplo (negativo) para seus filhos.

Por outro lado, como hoje, na maioria das famílias, pai e mãe trabalham fora de casa e ficam pouco tempo com seus filhos, terminam por querer compensar a ausência com “coisas”.

Isso é muito perigoso, pois rapidamente as crianças vão associar que podem manipular seus pais com chantagens, birras e coisas do tipo, para conseguirem os objetos que desejam, já que faltam experiências de relacionamento com eles.

Outro problema que não pode ser ignorado e que deve ser trabalhado com os filhos é o problema da baixa autoestima e do bullying, tão presentes entre as crianças.

Se a criança não usa uma roupa de marca famosa ou da moda, não usa o tênis do momento, não tem a mochila bacana, nem o smartphone recém-lançado, vira alvo fácil de chacota, e passa ser isolado pelos colegas.

Cabe aos pais se anteciparem a estes fatos, e já prepararem seus filhos para quando essas situações chegarem. Devem ensiná-los a lidarem com isso de uma forma mais natural, não se importando com os possíveis “ataques”, se for o caso.

Crianças que recebem atenção adequada dos pais se sentem mais seguras, e enfrentam esses problemas com mais facilidade.
Duas dicas muito simples para melhorar as coisas

Essas duas dicas estão presentes em grande parte dos conteúdos voltados ao tema, e que normalmente são escritos por psicólogos e psicopedagogos.

São coisas simples, até óbvias, mas que pelos mais variados motivos, não tem sido praticadas pelos pais modernos.
Dica 1: Estabeleça limites para os desejos de consumo de seus filhos

Como é muito difícil regular toda a exposição deles à mídia, então converse com eles e explique que eles não poderão ter a maioria das coisas que desejam.

Alguns pais se sentem muito mal por não poderem satisfazer o desejo de seus filhos. Passam pouco tempo com eles e nesses momentos ainda têm que “negar” os pedidos dos pequenos.

Sim, faça isso por eles. Estabelecer limites e deixar a criança experimentar a frustração, são experiências muito importantes para que eles tenham um desenvolvimento psicológico saudável ao longo da vida.
Dica 2: Separe tempo de qualidade para estar com os filhos

Há uma grande diferença entre passar tempo com eles e passar tempo de qualidade com eles. Entenda qualidade como atenção plena.

Interaja, converse, brinque, jogue, corra, esconda. Participe plenamente do mundo imaginário deles, ainda que apenas por uma hora no dia, seja em casa ou em outro local.

Abrace, beije, toque seus filhos várias vezes, coloque-os no colo, conte histórias, assistam programas educativos juntos. Ensine-os que existem experiências simples, divertidas, e alegres, que não custam dinheiro, mas que satisfazem seus anseios e emoções.
Conclusão

Praticando essas dicas em meio a uma sociedade que cultua o “ter”, você e sua família irão perceber rapidamente que “ser” custa bem menos e satisfaz muito mais.

Os desafios existem, mas é você que está no controle da sua vida (e de sua família). Então, mãos à obra! Seus filhos também agradecem!
Giovanni Coutinho

Fonte:https://dinheirama.com/blog/2016/11/09/criancas-consumistas-perigo-desafio-pais/

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Fases do Desenvolvimento Infantil (0 a 6 anos)

"A trajetória que uma criança percorre desde que começa a deixar de ser bebê (dependência total), até começar a se transformar em um ser mais independente e autônomo está relacionado tanto às condições biológicas, como aquelas proporcionadas pelo espaço familiar e social (escola), com o qual interage."

É preciso saber que:

- O desenvolvimento de uma criança não acontece de forma linear.
- As mudanças que vão se produzindo ocorrem de forma gradual, são períodos contínuos que vão se sucedendo e se superpondo.
- Durante a evolução a criança experimenta avanços e retrocessos, vivendo seu desenvolvimento de modo particular.
- Acompanhamos a construção de sua personalidade respeitando que em cada idade há um jeito próprio de se manifestar.
- Tanto antecipar etapas, como não estimular a criança, podem ser geradores de futuros conflitos.
- Cabe a família e a escola conhecer e respeitar os passos do desenvolvimento infantil.
Característica da faixa etária dos 0 aos 6 meses

Desenvolvimento Físico:

• Processo de fortalecimento gradual dos músculos e do sistema nervoso: os movimentos bruscos e descontrolados iniciais vão dando lugar a um controle progressivo da cabeça, dos membros e do tronco;
• Por volta das 8 semanas é capaz de levantar a cabeça sozinho durante poucos segundos, deitado de barriga para baixo; 
• Controle completo da cabeça por volta dos 4 meses: deitado de costas, levanta a cabeça durante vários segundos; deitado de barriga para baixo começa a elevar-se com apoio das mãos e dos braços e virando a cabeça; 
• Por volta dos 4 meses o controle das mãos é mais fino, sendo capaz de segurar num brinquedo; 
• Entre os 4 e os 6 meses utiliza os membros para se movimentar, rolando para trás e para frente; apresenta também maior eficácia em alcançar e agarrar o que quer ou a posicionar-se no chão para brincar; 
• Desenvolve o seu próprio ritmo de alimentação, sono e eliminação; 
• Desenvolvimento progressivo da visão;
• Com 1 mês, é capaz de focar objetos a 90 cm de distância; 
• Progressivamente será capaz de utilizar os dois olhos para focar um objeto próximo ou afastado, bem como de seguir a deslocação dos objetos ou pessoas; 
• Entre os 4 e os 6 meses a visão e a coordenação olho-mão encontram-se próximas da do adulto; 
• Desenvolvimento da função auditiva; 
• Entre os 2 e os 4 meses, o bebê reage aos sons e às alterações do tom de voz das pessoas que o rodeiam; 
• Por volta dos 4-6 meses, possui já uma grande sensibilidade às modulações nos tons de voz que ouve;

Desenvolvimento Intelectual

• A aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos; 
• Vocaliza espontaneamente, sobretudo quando está em relação;
• A partir dos 4 meses, começa a imitar alguns sons que ouve à sua volta; 
• Por volta do 6º mês, compreende algumas palavras familiares (o nome dele, "mamã", "papá"...), virando a cabeça quando o chamam;


Desenvolvimento Social

• Distingue a figura cuidadora das restantes pessoas com quem se relaciona, estabelecendo com ela uma relação privilegiada; 
• Fixa o rostos e sorri (aparecimento do 1º sorriso social por volta das 6 semanas); 
• Aprecia situações sociais com outras crianças ou adultos; 
• Por volta dos 4 meses: capacidade de reconhecimento das pessoas mais próximas, o que influencia a forma como se relaciona com elas, tendo reações diferenciadas consoante a pessoa com quem interage. É também capaz de distinguir pessoas conhecidas de estranhos, revelando preferência por rostos familiares;

Desenvolvimento Emocional

• Manifesta a sua excitação através dos movimentos do corpo, mostrando prazer ao antecipar a alimentação ou o colo; 
• O choro é a sua principal forma de comunicação, podendo significar estados distintos (sono, fome, desconforto...); 
• Apresenta medo perante barulhos altos ou inesperados, objetos, situações ou pessoas estranhas, movimentos súbitos e sensação de dor;

Característica da faixa etária dos 6 aos 12 meses

Desenvolvimento Físico

• Desenvolvimento da motricidade: os músculos, o equilíbrio e o controlo motor estão mais desenvolvidos, sendo capaz de se sentar direito sem apoio e de fazer as primeiras tentativas de se pôr de pé, agarrando-se a superfícies de apoio;
• A partir dos 8 meses, consegue arrastar-se ou gatinhar; 
• A partir dos 9 meses poderá começar a dar os primeiros passos, apoiando-se nos móveis; 
• Desenvolvimento da preensão: entre os 6 e os 8 meses, é capaz de segurar os objetos de forma mais firme e estável e de manipulá-los na mão; por volta dos 10 meses, é já capaz de meter pequenos pedaços de comida na boca sem ajuda, é capaz de bater com dois objetos um no outro, utilizando as duas mãos, bem como adquire o controle do dedo indicador (aprende a apontar);

Desenvolvimento Intelectual

• A aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos, principalmente através da boca; 
• Desenvolvimento da noção de permanência do objeto, ou seja, a noção de que uma coisa continua a existir mesmo que não a consiga ver; 
• Vocalizações;
• Os gestos acompanham as suas primeiras "conversas", exprimindo com o corpo aquilo que quer ou sente (por ex., abre e fecha as mãos quando quer uma coisa); 
• Alguns dos seus sons parecem-se progressivamente com palavras, tais como "mamã" ou "papá" e ao longo dos próximos meses o bebê vai tentar imitar os sons familiares, embora inicialmente sem significado; 
• A partir dos 8 meses: desenvolvimento do, acrescentando novos sons ao seu vocabulário. Os sons das suas vocalizações começam a acompanhar as modulações da conversa dos adultos - utiliza "mamã" e "papá" com significado; 
• Nesta fase, o bebê gosta que os objetos sejam nomeados e começa a reconhecer palavras familiares como "papa", "mamã", "adeus", sendo progressivamente capaz de associar ações a determinadas palavras (por ex: tchau-tchau" - acenar); 
• A partir dos 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem desenvolvida: o bebê sabe exatamente o que vai acontecer quando bate num determinado objeto (produz som) ou quando deixa cair um brinquedo (o pai ou a mãe apanha-o). Começa também a relacionar os objetos com o seu fim (por ex., coloca o telefone junto ao ouvido); 
• Progressiva melhoria da capacidade de atenção e concentração: consegue manter-se concentrado durante períodos de tempo cada vez mais longos; 
• A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10 meses; 

Desenvolvimento Social

• O bebê está mais sociável, procurando ativamente a interação com quem o rodeia (através das vocalizações, dos gestos e das expressões faciais); 
• Manifesta comportamentos de imitação, relativamente a pequenas ações que vê os adultos fazer (por ex., lavar a cara, escovar o cabelo, etc.); 
• A partir dos 10 meses, maior interesse pela interação com outros bebês;

Desenvolvimento Emocional

• Formação de um forte laço afetivo com a figura materna (cuidadora) - Vinculação; 
• Presença de ansiedade de separação, que se manifesta quando é separado da mãe, mesmo que por breves instantes - trata-se de uma ansiedade normal no desenvolvimento emocional do bebê; 
• Presença de ansiedade perante estranhos: sendo igualmente uma etapa normal do desenvolvimento emocional do bebê, manifesta-se quando pessoas desconhecidas o abordam diretamente; 
• A partir dos 8 meses, maior consciência de si próprio; 
• Nesta fase é comum os bebês mostrarem preferência por um determinado objeto (um cobertor ou uma pelúcia, por ex.), o qual terá um papel muito importante na vida do bebê - ajuda a adormecer, é objeto de reconforto quando está triste, etc.;

Característica da faixa etária de 01 aos 02 anos

Desenvolvimento Físico

• Começa a andar, sobe e desce escadas, sobe os móveis, etc. - o equilíbrio é inicialmente bastante instável, uma vez que os músculos das pernas não estão ainda bem fortalecidos. Contudo, a partir dos 16 meses, o bebê já é capaz de caminhar e de se manter de pé em segurança, com movimentos muito mais controlados; 
• Melhoria da motricidade fina devido à prática - capacidade de segurar um objeto, o manipula, passa de uma mão para a outra e o larga deliberadamente. Por volta dos 20 meses, será capaz de transportar objetos na mão enquanto caminha;

Desenvolvimento Intelectual 

• Maior desenvolvimento da memória, através da repetição das atividades - permite-lhe antecipar os acontecimentos e retomar uma atividade momentaneamente interrompida, à qual dedica um maior tempo de concentração. Da mesma forma, através da sua rotina diária, o bebê desenvolve um entendimento das seqüências de acontecimentos que constituem os seus dias e dos seus pais; 
• Exibe maior curiosidade: gosta de explorar o que o rodeia; 
• Compreende ordens simples, inicialmente acompanhadas de gestos e, a partir dos 15 meses, sem necessidade de recorrer aos gestos; 
• Embora possa estar ainda limitada a uma palavra de cada vez, a linguagem do bebê começa a adquirir tons de voz diferentes para transmitir significados diferentes. Progressivamente, irá sendo capaz de combinar palavras soltas em frases de 2 palavras; 
• É capaz de acompanhar pedidos simples, como por ex. "dá-me a caneca"; 
• As experiências físicas que vai fazendo ajudam a desenvolver as capacidades cognitivas. Por exemplo, por volta dos 20 meses;
• Sabe que um martelo de brincar serve para bater e já o deve utilizar; 
• Consegue estabelecer a relação entre um carrinho de brincar e o carro da família; 
• Entre os 20 e os 24 meses é também capaz de brincar ao faz-de-conta (por ex., finge que deita chá de um bule para uma xícara, põe açúcar e bebe - recorda uma seqüência de acontecimentos e faz de conta que os realiza como parte de um jogo). A capacidade de fazer este tipo de jogos indica que está a começar a compreender a diferença entre o que é real e o que não é;

Desenvolvimento Social

• Aprecia a interação com adultos que lhe sejam familiares, imitando e copiando os comportamentos que observa; 
• Maior autonomia: sente satisfação por estar independente dos pais quando inserida num grupo de crianças, necessitando apenas de confirmar ocasionalmente a sua presença e disponibilidade - esta necessidade aumenta em situações novas, surgindo uma maior dependência quando é necessária uma nova adaptação; 
• As suas interações com outras crianças são ainda limitadas: as suas brincadeiras decorrem sobre tudo em paralelo e não em interação com elas; 
• A partir dos 20-24 meses, e à medida que começa a ter maior consciência de si própria, física e psicologicamente, começa a alargar os seus sentimentos sobre si próprio e sobre os outros - desenvolvimento da empatia (começa a ser capaz de pensar sobre o que os outros sentem);

Desenvolvimento Emocional

•Grande reatividade ao ambiente emocional em que vive: mesmo que não o compreenda, apercebe-se dos estados emocionais de quem está próximo dele, sobre tudo os pais; 
• Está a aprender a confiar, pelo que necessita de saber que alguém cuida dela e vai de encontro às suas necessidades; 
• Desenvolve o sentimento de posse relativamente às suas coisas, sendo difícil partilhá-las; 
• Embora esteja normalmente bem disposta, exibe por vezes alterações de humor ("birras"); 
• É bastante sensível à aprovação/desaprovação dos adultos;


Característica da faixa etária dos 2 aos 3 anos

Desenvolvimento Físico

• À medida que o seu equilíbrio e coordenação aumentam, a criança é capaz de saltar ou saltar de um pé para o outro quando está a correr ou a andar; 
• É mais fácil manipular e utilizar objetos com as mãos, como um lápis de cor para desenhar ou uma colher para comer sozinha; 
• Começa gradualmente a controlar os esfíncteres (primeiro os intestinos e depois a bexiga);

Desenvolvimento Intelectual

• Fase de grande curiosidade, sendo muito freqüente a pergunta "Por quê?"; 
• À medida que se desenvolvem as suas competências lingüísticas, a criança começa a exprimir-se de outras formas, que não apenas a exploração física - trata-se de juntar as competências físicas e de linguagem (por ex., quando faço isto, acontece aquilo), o que ajuda ao seu desenvolvimento cognitivo; 
• É capaz de produzir regularmente frases de 3 e 4 palavras. A partir dos 32 meses, já capaz de conversar com um adulto usando frases curtas e de continuar a falar sobre um assunto por um breve período; 
• Desenvolvimento da consciência de si: a criança pode referir-se a si própria como "eu" e pode conseguir descrever-se por frases simples, como "tenho fome"; 
• A memória e a capacidade de concentração aumentaram (a criança é capaz de voltar a uma atividade que tinha interrompido, mantendo-se concentrada nela por períodos de tempo mais longos); 
• A criança está a começar a formar imagens mentais das coisas, o que a leva à compreensão dos conceitos - progressivamente, e com a ajuda dos pais, vai sendo capaz de compreender conceitos como dentro e fora, cima e baixo; 
• Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de seqüências numéricas simples e de diferentes categorias (por ex., é capaz de contar até 10 e de formar grupos de objetos - 10 animais de plástico podem ser 3 vacas, 5 porcos e 3 cavalos);

Desenvolvimento Social

• A mãe é ainda uma figura muito importante para a segurança da criança, não gostando de estranhos. A partir dos 32 meses, a criança já deve reagir melhor quando é separada da mãe, para ficar à guarda de outra pessoa, embora algumas crianças consigam este progresso com menos ansiedade do que outras; 
• Imita e tenta participar nos comportamentos dos adultos: por ex., lavar a louça, maquiar-se, etc.; 
• É capaz de participar em atividades com outras crianças, como por exemplo, ouvir histórias; 

Desenvolvimento Emocional

• Inicialmente o leque de emoções é vasto, desde o puro prazer até a raiva frustrada. Embora a capacidade de exprimir livremente as emoções seja considerada saudável, a criança necessitará de aprender a lidar com as suas emoções e de saber que sentimentos são adequados, o que requer prática e ajuda dos pais; 
• Nesta fase, as birras são uma das formas mais comuns da criança chamar a atenção – geralmente deve-se a mudanças ou a acontecimentos, ou ainda a uma resposta aprendida (as birras costumam estar relacionadas com a frustração da criança e com a sua incapacidade de comunicar de forma eficaz);


Características da faixa etária dos 03 aos 04 anos

Desenvolvimento Físico

• Grande atividade motora: corre, salta, começa a subir escadas, pode começar a andar de triciclo; grande desejo de experimentar tudo; 
• Embora ainda não seja capaz de amarrar sapatos, veste-se sozinha razoavelmente bem; 
• É capaz de comer sozinha com uma colher ou um garfo; 
• Copia figuras geométricas simples; 
• É cada vez mais independente ao nível da sua higiene; é já capaz de controlar os esfíncteres (sobretudo durante o dia); 

Desenvolvimento Intelectual

• Compreende a maior parte do que ouve e o seu discurso é compreensível para os adultos; 
• Utiliza bastante a imaginação: início dos jogos de faz-de-conta e dos jogos de papéis; 
• Compreende o conceito de "dois";
• Sabe o nome, o sexo e a idade; 
• Repete seqüências de 3 algarismos; 
• Começa a ter noção das relações de causa e efeito;
• É bastante curiosa e investigadora; 

Desenvolvimento Social

• É bastante sensível aos sentimentos dos que a rodeiam relativamente a si própria; 
• Tem dificuldade em cooperar e partilhar; 
• Preocupa-se em agradar os adultos que lhe são significativos, sendo dependente da sua aprovação e afeto; 
• Começa a aperceber-se das diferenças no comportamento dos homens e das mulheres; 
• Começa a interessar-se mais pelos outros e a integrar-se em atividades de grupo com outras crianças; 

Desenvolvimento Emocional

• É capaz de se separar da mãe durante curtos períodos de tempo; 
• Começa a desenvolver alguma independência e autoconfiança;
• Pode manifestar medo de estranhos, de animais ou do escuro; 
• Começa a reconhecer os seus próprios limites, pedindo ajuda; 
• Imita os adultos;


Desenvolvimento Moral

• Começa a distinguir o certo do errado; 
• As opiniões dos outros, acerca de si própria assumem grande importância para a criança; 
• Consegue controlar-se de forma mais eficaz e é menos agressiva; 
• Utiliza ameaças verbais extremas, como por exemplo: "eu te mato!", sem ter noção das suas implicações;

Característica da faixa etária dos 04 aos 05 anos

Desenvolvimento Físico

• Rápido desenvolvimento muscular; 
• Grande atividade motora, com maior controle dos movimentos; 
• Consegue escovar os dentes, pentear-se e vestir-se com pouca ajuda; 

Desenvolvimento Intelectual

• Adquiriu já um vocabulário alargado, constituído por 1500 a 2000 palavras; manifesta um grande interesse pela linguagem, falando incessantemente; 
• Compreende ordens com frases na negativa; 
• Articula bem consoantes e vogais e constrói frases bem estruturadas; 
• Exibe uma curiosidade insaciável, fazendo inúmeras perguntas; 
• Compreende as diferenças entre a fantasia e a realidade; 
• Compreende conceitos de número e de espaço: "mais", "menos", "maior", "dentro", "debaixo", "atrás"; 
• Começa a compreender que os desenhos e símbolos podem representar objetos reais; 
• Começa a reconhecer padrões entre os objetos: objetos redondos, objetos macios, animais...

Desenvolvimento Social

• Gosta de brincar com outras crianças; quando está em grupo, poderá ser seletiva acerca dos seus companheiros; 
• Gosta de imitar as atividades dos adultos; 
• Está a aprender a partilhar, a aceitar as regras e a respeitar a vez do outro;

Desenvolvimento Emocional

• Os pesadelos são comuns nesta fase; 
• Tem amigos imaginários e uma grande capacidade de fantasiar; 
• Procura frequentemente testar o poder e os limites dos outros; 
• Exibe muitos comportamentos desafiantes e opositores; 
• Os seus estados emocionais alcançam os extremos: por ex., é desafiante e depois bastante envergonhada; 
• Tem uma confiança crescente em si própria e no mundo;

Desenvolvimento Moral

• Tem maior consciência do certo e errado, preocupando-se geralmente em fazer o que está certo; pode culpar os outros pelos seus erros (dificuldade em assumir a culpa pelos seus comportamentos); 

Características da faixa etária dos 5 aos 6 anos

Desenvolvimento Físico

• A preferência manual está estabelecida; 
• É capaz de se vestir e despir sozinha; 
• Assegura sua higiene com autonomia;
• Pode manifestar dores de estômago ou vômitos quando obrigada a comer comidas de que não gosta; tem preferência por comida pouco elaborada, embora aceite uma maior variedade de alimentos;


Desenvolvimento Intelectual

• Fala fluentemente, utilizando corretamente o plural, os pronomes e os tempos verbais; 
• Grande interesse pelas palavras e a linguagem; 
• Pode gaguejar se estiver muito cansada ou nervosa; 
• Segue instruções e aceita supervisão; 
• Conhece as cores, os números, etc.
• Capacidade para memorizar histórias e repeti-las; 
• É capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em conta o tamanho (do menor ao maior); 
• Começa a entender os conceitos de "antes" e "depois", "em cima" e "em baixo", etc., bem como conceitos de tempo: "ontem", "hoje", "amanhã"; 

Desenvolvimento Social

• A mãe é ainda o centro do mundo da criança, pelo que poderá recear a não voltar a vê-la após uma separação; 
• Copia os adultos; 
• Brinca com meninos e meninas; 
• Está mais calma, não sendo tão exigente nas suas relações com os outros; é capaz de brincar apenas com outra criança ou com um grupo de crianças, manifestando preferência pelas crianças do mesmo sexo; 
• Brinca de forma independente, sem necessitar de uma constante supervisão; 
• Começa a ser capaz de esperar pela sua vez e de partilhar; 
• Conhece as diferenças de sexo; 
• Aprecia conversar durante as refeições; 
• Começa a interessar-se por saber de onde vêm os bebês; 
• Está numa fase de maior conformismo, sendo crítica relativamente aqueles que não apresentam o mesmo comportamento;


Desenvolvimento Emocional

• Pode apresentar alguns medos: do escuro, de cair, de cães ou de dano corporal, embora esta não seja uma fase de grandes medos; 
• Se estiver cansada, nervosa ou chateada, poderá apresentar alguns dos seguintes comportamentos: roer as unhas, piscar repetidamente os olhos, fungar, etc.; 
• Preocupa-se em agradar aos adultos; 
• Maior sensibilidade relativamente às necessidades e sentimentos dos outros; 
• Envergonha-se facilmente;

Desenvolvimento Moral

• Devido à sua grande preocupação em fazer as coisas bem e em agradar, poderá por vezes mentir ou culpar os outros de comportamentos reprováveis.

"Aprendemos sobre o jeito de ser de cada criança através da forma como se relaciona com seus amigos, seus brinquedos, como manifesta suas vontades e afetos; tolera suas frustrações, através das primeiras expressões gráficas e da linguagem".

Fonte:http://www.mundodoabc.com.br/blog/143-fases-do-desenvolvimento-infantil-0-a-6-anos

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Alimentação saudavel

Agrotóxicos são substâncias químicas usadas na agricultura para manter larvas e outras pragas longe das colheitas. O Brasil é um dos países que mais usam agrotóxicos nas plantações e cultivo do que servimos à mesa.
Cerca de 50% dos pesticidas usados aqui são proibidos na Europa, EUA, Canadá e Austrália por serem comprovadamente cancerígenos e causarem outros malefícios à saúde quando se acumulam em nosso organismo.
Afinal, o agro é tech, o agro é pop, o agro é tudo, só não é isento de veneno; e para nos alimentarmos sem o risco de sermos contaminados, não basta apenas lavar em água corrente. Para tirar agrotóxicos de frutas, legumes e verdura é preciso fazer mais, muito mais.
Uma dica boa e barata é usar bicarbonato de sódio: em um recipiente fundo, acrescente uma colher de chá de bicarbonato de sódio para cada litro d'água, deixe frutas, legumes ou verduras submersas nessa mistura por 15 minutos e depois enxague bem.
O mesmo pode ser feito substituindo o bicarbonato de sódio pelo vinagre. Para cada xícara de vinagre, acrescente duas de água e deixe agindo no alimento de 15 a 30 minutos. Depois enxague bem.
Os dois procedimentos podem ser feitos no mesmo alimento, mas nunca misture o bicarbonato de sódio com o vinagre, pois, juntos, um tira o efeito do outro. Além disso, não higienize os alimentos antes de guardá-los, mas apenas momentos antes de consumi-los.
Também é extremamente desaconselhável usar água sanitária para eliminar os agrotóxicos no que comemos. A ingestão desse produto é tão prejudicial à saúde quanto os próprios pesticidas.
Vale lembrar que tirar as primeiras folhas dos pés das verduras ajuda. Observar se o ''cabinho'' está com fuligem branca também, isso indica alta concentração de agrotóxicos.
Algumas frutas e legume a gente come sem casca, mesmo, mas outras não. Uma dica é lavá-las com uma buchinha vegetal. Pode usar misturinha de suco de limão com vinagre para encorpar a higienização.
Mesmo com tanto cuidado, uma pesquisa da Fiocruz estima que o brasileiro consome, em média, sete litros de agrotóxico por ano. O melhor mesmo seria se só nos alimentássemos de produtos orgânicos, que não passaram nem perto por substâncias químicas mortais. Mas sabemos que não é a realidade da mesa da maioria da população.
A agricultura familiar é uma saída. Procure saber onde há produtores e vendedores livres de agrotóxicos mais próximos de sua residência.
Aqui há uma lista de todas as feiras orgânicas da cidade: https://feirasorganicas.org.br/
Fonte: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Desenvolvimento da criança: dos 2 aos 3 anos

Começa a temida etapa dos 2 anos onde a criança quer reafirmar a sua independência. Não irá parar durante o dia! A criança experimenta grandes mudanças intelectuais, emocionais e sociais que a ajudarão a explorar e a perceber o seu novo mundo. Será um período emocionante para pais e filhos.
Desenvolvimento sensorial, cognitivo e motor
Neste período a criança irá aprender a utilizar adequadamente os seus sentidos, que a acompanham em todas as suas aventuras, na nora de explorar o mundo que a rodeia. Isso irá permitir-lhe assimilar e perceber a informação que capta pelos seus sentidos, como diferenciar temperaturas, saber se faz frio ou calor. Perceberá novas dimensões como o afecto ou o amor.
No percorrer deste ano vai construindo o seu pensamento através das suas acções e interacções; realiza imagens mentais com toda essa informação e vai avançando na expressão oral para contar as suas experiências.
O seu desenvolvimento cognoscitivo não é linear, sabe que tem que acabar uma etapa para passar a outra e começa a ter consciência de que as pessoas e as coisas não desaparecem; começa a gerar ideias sobre elas e a associá-las entre si. O seu filho será muito curioso, perguntando sempre o porquê das coisas. Começa a jogar com a imaginação. Classifica os objectos pela sua cor e pelas suas formas.
Nesta idade a criança tem maior destreza física em geral, já se coloca em pé momentaneamente e caminha sozinha. Consegue maior capacidade de resposta nos seus movimentos: caminha para trás, corre com facilidade, agarra bolas com os braços esticados, sobe escadas de três em três sem ajuda, salta energeticamente com os pés juntos, baixa-se, alimenta-se por si só … Mostra muito interesse por jogar a jogos de movimentos, como subir para um triciclo e pedalar com grande destreza.
Nestes meses vêem-se tantas alterações na criança porque o cérebro cresce mais rapidamente durante os primeiros três anos de vida. Cada criança é única e diferente, cada uma aprende ao seu ritmo, umas mais rápido que outras. Muitas têm problemas perante alterações repentinas e há que dar-lhes tempo para se adaptarem às novas pessoas e lugares. Falar com o seu filho sempre, inclusivo mesmo antes de a criança começar a falar, ajudará na sua aprendizagem.
Uma boa ideia é incentivar a criança quando quiser aprender alguma coisa, emocionar-se quando esta realizar acções por si só, etc. Tudo isto fará com que a criança se sinta bem e irá estimulá-la a continuar a aprender enquanto brinca.
Aquisição da linguagem
Por volta dos três anos a sua linguagem oral permite-lhe falar com os outros com bastante seriedade. Desde que aprende a falar irá fazê-lo a toda a hora, continuamente, mesmo que ninguém a escute. A criança irá exigir a atenção dos outros enquanto fala, especialmente dos seus pais; para além disso ficará chateada se você não a atender, já que se sente bastante bem com aquilo que diz.
É um período muito sensível para a comunicação verbal, a criança incorpora as palavras que vai aprendendo nos seus jogos; o mesmo jogo converte-se em palavras. Limita-se a ouvir e a imitar para enriquecer o seu vocabulário. Responde a pequenas perguntas, coloca nomes nos membros da família. Gosta de brincar com o telefone e de inventar uma conversa com alguém que supõe que está do outro lado do telefone.
A cada mês incorpora entre 6 a 10 palavras no seu vocabulário e já diz o seu nome se lhe pedirem.
A melhor maneira para fomentar a sua comunicação verbal é ouvir com carinho as suas perguntas e responder às mesmas com respostas claras e adequadas à sua capacidade de compreensão para que assim desenvolva a sua inteligência. Nesta etapa o desenvolvimento da linguagem e o cognitivo estão muito ligados.
Modos de interagir
A criança precisa de ampliar o seu mundo social, aparte de relacionar-se com os seus pais ou irmãos; precisa de contactar com outras crianças: da escola, do parque, vizinhos, etc. Com este interagir, a criança começa a tornar-se um ser social que compartilha e respeita as normas dos jogos.
Nestas idades a criança pode mostrar-se chateada e pode recorrer a birras para conseguir aquilo que quer: a paciência é o maior aliado dos pais. Quer sentir-se independente e pensa que é ela que manda e quem toma as decisões. Por isso é bom que lhe dê um certo espaço e margem para que tome alguma decisão, claro que dentro das normas e limites dos pais.
As normas orientarão as suas acções, irão dar-lhe segurança e a oportunidade de desenvolver a pouco e pouco os critérios de valor, o que está bem e o que está mal. Este período requer uma atitude muito carinhosa, mas firme ao mesmo tempo.
O jogo proporciona à criança a capacidade de tomar as suas próprias decisões, como as de planificação e de construção onde acaba por desenvolver a sua criatividade, onde experimenta a sensação de domínio.
Inapetência perante os alimentos
Neste período podem surgir certas dificuldades na hora das refeições. É muito importante que a criança veja que à sua volta se segue uma alimentação saudável e equilibrada. Para além disso, é fundamental que o seu filho não perceba que algum membro da família recusa um determinado tipo de alimento – como os vegetais – já que isto provocará na criança condutas caprichosas e pode com que ela recuse também esse alimento.
Por outro lado, também há que ter em conta as influências externas que podem derivar numa má alimentação para a criança. Os amigos, os vizinhos, os familiares … podem dar-lhe, sem uma má intenção, chupas, gelados ou doces industriais.  
A inapetência infantil é uma das maiores preocupações dos pais; não é sinónimo de doença e desaparece. É normal se o seu filho recusa comer, pois tem um apetite adequado à sua idade e ao seu crescimento. Durante estas idades a criança ganha 2 a 3 quilos, este ritmo de crescimento é apenas 20% do que tem no seu primeiro ano de vida. Como consequência tem menos apetite e requerimento nutritivo.
Para além disso, a criança está mais interessada em conhecer o mundo que em alimentar-se. Foçando a criança a comer apenas conseguirá que as refeições sejam uma acto incomodo para ela.
Tipos de inapetência:
- Falsa inapetência: quando a criança come entre horas alimentos como doces, guloseimas, grande quantidade de leite e recusa as verduras.
- Verdadeira inapetência: quando a criança se encontra abaixo do peso habitual para a sua idade, sem energia ou cansada. Assim, esta situação implica recorrer a um pediatra para realizar um diagnóstico e para iniciar um tratamento o quanto antes para que a criança recupere o seu peso.
Fonte: www.todopapas.com.pt/criancas/desenvolvimento-infantil/desenvolvimento-da-crianca-dos-2-aos-3-anos-1848

quarta-feira, 23 de maio de 2018

DICAS DE UM PEDIATRA - ATUALIZADO




Ao observar algumas condutas absurdas no dia-a-dia da Pediatria, cometida pelos próprios pediatras e reforçados pelo senso comum, alguns esclarecimentos se fazem necessários:
- Desconfie de quem pede muitos exames e prescreve para o seu filho muitos medicamentos; se o médico o examina por completo e fala que "é só uma virose", acredite: é só uma virose, o que não quer dizer que ela não possa progredir, por isso essa nossa obrigação de pedir pra criança voltar a cada 48h para reavaliação (nem sempre isso é adotado por quem "não assume " o paciente).
- Não existe "começo ou princípio " de pneumonia, ou é pneumonia (que nem sempre significa internação) ou não é. Pneumonia, na maioria das vezes, o estado geral da criança fica comprometido, ela fica prostrada, às vezes pálida, gemente e com mal estado geral, pois trata-se de doença grave.
- Crianças menores de 3 anos raramente terão amigdalite bacteriana, daquelas que precisam de antibiótico (Benzetacil, Amoxicilina etc.). menores de 2 anos, então, é muito mais rara, e, infecção amigdaliana viral também pode dar "pus na garganta ", dor ao engolir e febre. mais uma vez desconfie se prescreveram antibiótico logo de cara "porque a garganta está vermelhinha";
- Muitas vezes há coincidência na melhora da criança e a introdução do antibiótico porque as infecções virais são auto-limitadas, ou seja, vão melhorar com ou sem a medicação e a prescrição equivocada de antibióticos é uma das principais causas da resistência bacteriana de hoje em dia;
- Sinusite em criança pequena é mais rara porque os seios da face ainda não estão aerados e em crianças maiores, 95% das sinusites são virais e duram menos de 10 dias. não adianta ir a cada 2 dias no PS porque a tosse não passou e continuar sem lavar o nariz da criança. SIM, lavar o nariz e inalar com Soro Fisiológico 0,9% é mais eficaz do que qualquer "xarope pra tosse" e isentos de riscos. Os resfriados podem ser prolongados, tenha paciência!
- Radiografias emitem radiação. radiação se acumula no organismo e não "vai embora". adivinha o que excesso de radiação causa no organismo? Bem, seria uma carga alta de radiação numa superfície corporal pequena(obviamente em alguns casos elas são necessárias), isso pode ser muito danoso para a medula óssea no futuro (leucemia, anemia aplásica, etc). Antes que o médico peça um RX se assegure que a criança tenha sido bem examinada e questione a real necessidade.
- Nem toda queda que bate a cabeça precisa de Tomografia de Crânio nem radiografia. mais uma vez lembrem da radiação, que no caso da Tomografia a radiação é bem maior que no RX, porém, em alguns casos, no entanto, a Tomografia é necessária e precisa ser feita considerando o risco benefício versus malefício). Portanto não pressione o Pediatra a pedir uma tomo só pra deixar VOCÊ mais tranquilo.
- O Hemograma não "diz" o que seu filho tem, ele no máximo dá uma dica. na maioria dos casos é desnecessário e só traumatiza a criança.
- Febre NÃO é, NUNCA foi e NUNCA será emergência, independente do pico, a não ser que a criança já esteja convulsionando,e aquele que for ter convulsão a terá mesmo em temperaturas não tão altas ( a convulsão NÃO depende do grau da temperatura); se preocupe mais com o estado geral da criança.
- Não existe febre alta do dente. o que acontece é que a erupção dentária coincide com o aparecimento dos primeiros resfriados e infecções virais; pode ocorrer uma leve alteração de temperatura pela inflamação local principalmente após um ano de idade quando surgir os pré-molares.
- NÃO SE DEVE BAIXAR A TEMPERATURA DA CRIANÇA COM ÁLCOOL OU COM BANHO FRIO. A hipotermia súbita pode ser danosa para o organismo e pode diminuir a oxigenação para órgãos importantes, além de ser traumático para a criança.
- Febre em recém-nascido SEMPRE deve ser encarado como uma urgência; de 0-3 meses a atenção pra febre deve ser redobrada, pelo risco de doenças mais graves e pela falta de imunidade eficiente nessa faixa etária;
- Seu bebê de 3 meses NÃO tem infecção no ouvido só porque chorou e POR ACASO relou a mão na orelha... nessa idade eles não conseguem localizar a dor; não fique apertando a orelhinha pois somente isso já provoca dor.
- Crianças não devem ficar empacotadas no calor. tá quente pra você? pra ela também. com o frio é a mesma coisa. evite o superaquecimento principalmente nos bebezicos, isso faz com que eles desidratem rapidinho!
- Se a criança tá ganhando peso não há necessidade NENHUMA de complementar as mamadas com fórmula. se você tem leite o suficiente e o bebê mama bem no peito, considere isso uma dádiva e não estrague tudo porque sua vizinha/mãe/avó/comadre falou que é bom. se o bebê tá no peito ou tomando fórmula até os 6 meses não precisa de água, suco ou outro líquido pra ingerir.
- Mucilom e outros farináceos não fazem nada além de inchar seu filho. é o primeiro passo pra uma obesidade futura.
Em TODA consulta de Puericultura o Pediatra DEVE pesar e medir seu filho, além de colocar na curva de crescimento. Exija isso dele.
- Exija que o médico do Pronto Socorro examine completamente o seu filho, retirando toda a roupa para examinar é só peça exames complementares (sangue, urina, RX) como complemento de seu raciocínio diagnóstico, SE houver necessidade, ou seja , se ele ainda tem dúvidas e precisa esclarecer através de exames.
- A regurgitação do refluxo fisiológico é normal e vai melhorando até os 4-6 meses. se o bebê ganha peso, não é irritado e mama bem, não há motivo de tomar medicação. mesma coisa quanto às cólicas e o crescimento dos dentinhos. são processos naturais que acontecem em todos os bebês.
- Leite de vaca (caixinha, Leite em pó,etc) NÃO deve ser dado a crianças menores de 1 ano, . faz um mal tremendo e pode ter repercussões na saúde do seu pequeno a longo prazo;
- Evite dar suco de frutas para crianças antes de um ano de idade, ofereça a própria fruta.
- Nomeie um Pediatra de confiança, OUÇA o que o ele fala, SIGA o que ele diz e sinta-se à vontade pra tirar as dúvidas. Alguém que estudou no mínimo 8 anos na maioria das vezes sabe do que tá falando. Há exceções, claro.
Jairo Kono de Oliveira
Médico Pediatra e Alergista

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Interações

"A interação com outras crianças ― à medida que o grupo de crianças interage, são construídas as culturas infantis. As crianças aprendem coisas que lhes são muito significativas na interação com os seus companheiros de infância. O brincar com outras crianças, portanto, “garante a produção, conservação e recriação do repertório lúdico infantil” (KISHIMOTO, 2010, p.03) É importante oportunizar momentos de interações entre os diferentes grupos etários, entendendo que o agrupamento por idades é artificial e só acontece na escola. É importante, ainda, intercalar momentos em que a criança possa brincar sozinha e em grupo.
A interação entre criança e o espaço físico ― O espaço físico é sempre revelador de concepções que a instituição assume para cuidar e educar a criança pequena. Nesse sentido, a existência ou ausência de determinados espaços e a forma como estão organizados poderá “facilitar ou dificultar a realização das brincadeiras e das interações entre as crianças e adultos” (KISHIMOTO, 2010, p. 03)."
Acreditamos muito nessas interações e hoje o dia foi pensado nelas...